“Abdala” é um personagem de identidade híbrida e magnética. A composição traz elementos andróginos e ao mesmo tempo teatrais, brincando com códigos de gênero e estética. A pele é neutra, os seios marcados por pedrarias reluzentes, e o tórax adornado por uma geometria feita de gemas douradas que remete a armaduras e trajes cerimoniais. O rosto de Abdala é construído com precisão simbólica: lábios azuis cintilantes, olhos fixos e delineados, adornos simétricos e uma boca selada por expressão firme. O cabelo, dividido em duas cores vibrantes — azul e rosa — cria contraste entre o feminino e o masculino, entre o lúdico e o elegante. Abdala é uma figura de afirmação, de performance, de presença. É alguém que não se encaixa, mas que se impõe. Com seu laço preto e postura frontal, a obra carrega uma elegância questionadora, convidando o espectador a abandonar rótulos e simplesmente contemplar a beleza da liberdade de ser.

Metragem: 50x70cm

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