“Vermelho Negro” é o retrato cru do coração da artista — pulsante, ferido, sombrio. A forma anatômica do órgão se impõe no centro da composição, como um grito silencioso. O vermelho intenso revela o sangue ainda vivo, ainda quente, enquanto o negro, denso e profundo, representa as mágoas acumuladas, as feridas emocionais que o tempo não apagou. A textura da obra é densa, quase sufocante, e o brilho discreto espalhado pela superfície parece simbolizar que, mesmo no sofrimento, ainda há resquícios de luz. O contraste entre essas duas cores primordiais expressa o conflito entre a dor e a força, entre o amor dado e o amor negado, entre o passado que machuca e a arte que cura. “Vermelho Negro” é o coração que continua batendo, mesmo dilacerado. É a prova de que, por mais que a alma sangre, ela ainda encontra na arte o impulso para continuar.

Metragem: 60x70 cm

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